segunda-feira, 9 de julho de 2012

Em Letras Vermelhas


Eu sempre quis que o meu blog representasse a essência daquilo que eu sou. Sempre quis um canal onde pudesse deixar fluir todos os milhares de pensamentos que borbulham na minha mente. E acho que nunca houve momento tão oportuno.
Minhas origens são inegáveis: eu venho do Cristianismo Protestante extremo, capitalista, a pior evolução da ética do trabalho aliada à religião, muito maior do que aquilo Max Weber verificou em sua obra. Obediência e trabalho duro foram a marca dessa fase da minha vida. Toda minha determinação vem daí. Passar em um vestibular difícil mesmo sem a chance de fazer um pré veio daí. Passar em matérias apertadas de Cálculo e Física, mesmo sendo minhas grandes áreas de dificuldade, também veio daí; uma determinação louca para virar noites a finco estudando. Conseguir uma bolsa pra estudar nos EUA, aprender inglês, espanhol, chinês, o instinto de negociar, de vender, de conseguir. Veio tudo daí.  Mas o paradoxo tão incrível é que estas mesmas origens também passam pelo Cristianismo democrático da compaixão, o Cristianismo social, que sai pelas madrugadas distribuindo sopas aos mendigos, e que vai a comunidades carentes na tentativa de oferecer algum tipo de esperança a crianças que estão tendo sua esperança roubada, o Cristianismo que, escondido dos pais, fazia doações a instituições de caridade. Uma dicotomia que muitas vezes entrava em conflito, mas que enfim, aprendeu a sinergia de se combinar o melhor dos opostos.
(Não que eu acredite no que diz a imagem, mas ela faz a gente pensar)

Letras vermelhas são uma versão bíblica impressa, em que as palavras de Cristo são destacadas em vermelho. Palavras como “ame o próximo como a si mesmo”, e “não retribuirás mal com mal”, são enfatizadas para que o principal do Cristianismo seja lembrado. Letras vermelhas é ainda um movimento de cristãos progressistas nos EUA, que acreditam que a igreja precisa voltar a estar com os pobres, como dizia Madre Tereza. Letras vermelhas têm também a cor do movimento socialista, minha recém-descoberta paixão. Letras vermelhas são aquelas escritas com o sangue, com a vida. Vida que estou disposto, com muito trabalho duro, a entregar por uma causa. Letras são o registro da história, vermelho é a cor que representa o amor: é uma história escrita com amor. Enfim, letras vermelhas é o lugar em que vou tentar colocar o melhor de todos os mundos que conheço: da direita e da esquerda, do sagrado e do profano, da paz e da guerra, da academia e da sabedoria popular. Tudo no intuito mais sincero e verdadeiro de fazer do mundo um lugar melhor.
Enfim, em letras vermelhas, eu tento ajudar a escrever o futuro. Um futuro menos: menos egoísta, menos desigual, menos injusto, menos doloroso, menos violento, menos individualista, menos consumista, menos preconceituoso, menos separatista, menos racista. E um futuro mais: mais feliz, mais amável, mais unido, mais companheiro, mais esperançoso, mais pacífico, mais compreensivo. Um futuro que vejo nas palavras de Madre Tereza, Martin Lutherking, Gandhi e, principalmente, de Cristo. Que Deus me dê a paz e a sabedoria necessários para tal.

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